O Governo do Estado instalou na quarta-feira, dia 22, na Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do RS, a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Feijão. A principal finalidade é orientar o setor e discutir políticas, estratégias e diretrizes relativas à produção, beneficiamento, industrialização e comercialização do produto. A Câmara será coordenada pelo presidente da Associação dos Produtores de Feijão (Aprofeijão), Tarcisio Cereta.
Segundo o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, o grande desafio é aproximar o produtor com o mercado consumidor, além de avançar no trabalho de pesquisa e tecnologia para melhorar a qualidade do produto. “A ideia é que esta câmara pense projetos de médio e longo prazo. Precisamos criar programas consistentes que sejam mantidos mesmo que haja uma troca de governo”, afirmou. E salientou, ainda, que, para o aumento da renda no meio rural, é necessário que haja associativismo por parte dos produtores e a agregação de valor aos produtos e a diversificação nas propriedades.
Perfil do setor
Durante a reunião, o representante da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Feijão, do Ministério da Agricultura, Marcelo Lüders, apresentou um diagnóstico dos gargalos e perspectivas da cadeia produtiva no Brasil e no Rio Grande do Sul. De acordo com os dados, o consumo brasileiro anual do produto é de aproximadamente 4,8 mil sacas. Em 2013 houve uma alta de 22,85% no preço do feijão e espera-se que a produtividade aumente em 22%.
Segundo Lüders, a qualidade é o principal fator para a recuperação do consumo no País. Além disso, o feijão é um alimento interessante no ponto de vista da saúde humana e o seu consumo passou a fazer parte da dieta nutricional, sendo inclusive apontado como um emagrecedor. “Um das principais preocupações é que há um movimento de desabastecimento do feijão no Brasil, a produção está menor que a demanda, uma vez que o País está importando cada vez mais, principalmente da China e da Argentina”, revelou o especialista. E lembrou que o produtor gaúcho deve estar atento à baixa da produção destes países, que deve ocorrer no ano que vem. “Uma grande oportunidade de conquista do mercado”, afirmou.
Como alternativa para estimular a produção, Marcelo Lüders defendeu três medidas: a redução do ICMS, a diversificação de variedades e o repasse de informações sobre o mercado para os produtores. A perspectiva das safras de 2013 e 2014 é de preços acima da média histórica. Os números da produção de soja também são determinantes, além da mosca branca, uma praga que vem atingindo as plantações em outras regiões do país, mas que ainda não chegou no RS.
Fonte: Governo do RS