O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (IFDM) aponta recuo do Rio Grande do Sul de 0,7% entre 2008 e 2009. O indicador leva em conta três fatores (educação, saúde e emprego e renda). No item emprego e renda, o Estado ficou em 5º lugar entre os estados brasileiros, em consequência da queda de 7,2% da produção industrial e redução no ritmo de contratações de 90 mil para 64,2 mil empregos no período.
A saúde gaúcha, com leve aumento de 0,6% (3º lugar no ranking nacional) carrega o histórico de alto grau de desenvolvimento, mantendo 96,3% dos municípios no nível moderado a alto entre 2000 (primeiro ano da pesquisa) e 2009. Entre os 500 melhores municípios do País nessa vertente, 165 estão no Rio Grande do Sul, com destaque também para o Paraná (118 cidades) e São Paulo (95).
Três cidades atingiram a nota máxima no ranking nacional de saúde: Lobato e Rancho Alegre do Oeste, ambos no Paraná, e Santo Antonio do Palma (RS) – município desmembrado de Casca em 1992. A educação gaúcha teve crescimento moderado de 3% no período, ficando em 5º no País.
Algumas das cidades responsáveis por manter o Rio Grande do Sul ainda no topo do ranking, em 6º lugar no quadro geral – atrás de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Minas Gerais – são Bento Gonçalves, Farroupilha e Lajeado, as únicas três gaúchas entre as cem mais desenvolvidas do Brasil. Em comum, as três cidades têm queda na empregabilidade, mas crescimento em educação e saúde. As últimas colocadas no Estado são Barra do Quaraí, Pedras Altas e São Valério do Sul.
Porto Alegre ficou em 11º entre as capitais, recuando, como o Estado, 0,7% em relação ao ano anterior, mas com acréscimo de 16,9% na variação da década, e manteve altas as variáveis de saúde e emprego e renda.
O IFDM da Firjan revela expansão de 2,6% na área de educação no País em 2009, em relação a 2008, entre os 5.565 municípios brasileiros. Esse crescimento se deve, principalmente, às melhores notas da edição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2009.
“Em 2009, os municípios brasileiros alcançaram a média estipulada pelo Ministério da Educação para 2011”, disse o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Guilherme Mercês. Pela primeira vez, os municípios de Dolcinópolis e Oscar Bressane, ambos situados em São Paulo, obtiveram a nota máxima nessa variável. O pior resultado ficou com Piraí do Norte (BA). No ranking dos 100 melhores municípios brasileiros em educação, 98% são paulistas.
Mercês lembrou, contudo, que em comparação aos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil ainda permanece em posição desfavorável no campo da educação. Ele indicou a necessidade de mais ações governamentais nessa área. “Se até a década de 2000, a discussão era colocar as crianças na escola, hoje o grande desafio é a qualidade da educação fornecida às crianças brasileiras.”
Em termos de saúde, o aumento apurado pelo IFDM para o Brasil atingiu 0,9% em 2009, concedendo a essa vertente a posição de alto desenvolvimento. Guilherme Mercês chamou a atenção para o fato de que o índice mede a atenção básica de saúde, que é de competência constitucional dos municípios.
O estudo da Firjan mostra ainda que todos os estados das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, incluindo o Distrito Federal, alcançaram alto grau de desenvolvimento na área de saúde. O ranking por estados foi liderado pelo Paraná, seguido de São Paulo e do Rio Grande do Sul.
Fonte: Jornal do Comércio
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