Secretaria da Saúde promove 3ª Jornada de Cuidado Integral em Demências e destaca importância do apoio em rede

Olhar para o envelhecimento saudável e reflexões sobre “cuidar de quem cuida” foram destaques do evento.

O Comitê Gestor do Plano Estadual de Cuidado Integral em Demências da Secretaria da Saúde (SES) realizou, na sexta-feira (26/9), a 3ª Jornada de Cuidado Integral em Demências. Em formato híbrido – presencial no auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari, em Porto Alegre, e on-line pelo canal do YouTube da SES – o evento teve como tema “Integralidade no Cuidado às Demências – Práticas Interprofissionais e Apoio em Rede”.

Presente na mesa de abertura, a secretária-adjunta da Saúde, Ana Costa, elogiou o trabalho que vem sendo desenvolvido e relembrou o histórico das políticas públicas do Estado. “Anos atrás iniciamos a formação para cuidadores na Escola de Saúde Pública. A partir daí surgiu esse olhar para quem cuida, observando as particularidades das pessoas idosas e das pessoas com demência” lembrou. “Hoje em dia, temos, de forma organizada, uma clareza do cenário estadual dentro da atenção primária à saúde e podemos oferecer cuidado integral e gerar multiplicadores da pauta. Não há política pública que se sustente se a rede não comprar a ideia.”

A representante do Comitê Gestor do Plano Estadual de Cuidado em Demências, Júlia Schneider, destacou que o envelhecimento maior da população gera demandas para usuários, famílias e sistemas de saúde. A presidente do Conselho Estadual da Pessoa Idosa, Ivanir dos Santos, pontuou que o tema merece atenção desde a juventude: “São cuidados com estilo de vida, alimentação e trabalho que, em conjunto, farão a diferença para o envelhecimento. Além disso, nós que cuidamos do outro também precisamos olhar para nós mesmos e nos cuidar”, alertou.

Panorama

O primeiro painel da jornada, apresentado pela nutricionista da SES, Luana Roland, mostrou um panorama dos anos de 2024 e 2025 dos avanços e entregas no cuidado às demências. Ela exemplificou, com dados do último censo, que o Rio Grande do Sul é o Estado mais envelhecido do país – com 20,15% da população com 60 anos ou mais. Em nível nacional, a maior incidência de demências é um dos desafios a serem conduzidos pelas políticas públicas.

Luana enfatizou o pioneirismo do governo em formular a Lei Estadual 15.820/2022, que instituiu a Política Estadual de Enfrentamento à Doença de Alzheimer e outras Demências no Estado do Rio Grande do Sul, precedendo a Lei Federal 14.878/2024, que iniciou a Política Nacional de Cuidado Integral às Pessoas com Doença de Alzheimer e Outras Demências. Ela também apresentou o Mapa Estratégico da SES, cuja meta é promover estratégias que busquem envelhecimento saudável, e todas as ações desempenhadas pela Política Estadual da Pessoa Idosa.

Diagnóstico precoce

No segundo painel, com a participação de médicos, fonoaudióloga e fisioterapeuta, foram debatidos a importância do diagnóstico precoce da demência para garantir acesso ao tratamento adequado com equipe multidisciplinar; a atenção aos sinais de declínio cognitivo que afetam memória, comportamento e linguagem; a necessidade de atualização e articulação dos profissionais da atenção primária à saúde para encaminhar pacientes à fonoaudiologia; a busca por informações para melhor orientar famílias e auxiliar equipes; a importância da avaliação e do acompanhamento para garantir autonomia funcional aos pacientes; a realização de atividades físicas em grupo; e o estímulo à adesão ao tratamento como condutas que promovem qualidade de vida.

Ao longo do dia, a programação da 3ª Jornada de Cuidado Integral em Demências seguiu com os painéis “Atenção que aproxima: o papel do ACS no cuidado às pessoas com demência”, “Apoio e cuidado nas demências: abordagens paliativas em diferentes estágios”, “A rede socioassistencial e o apoio aos cuidadores de pessoas idosas vivendo com demência”.

Comitê gestor

O Comitê Gestor do Plano Estadual de Cuidado Integral em Demência, composto por 27 instituições – entre universidades, serviços de saúde, gestores públicos e organizações da sociedade civil – é coordenado pela Política de Saúde da Pessoa Idosa da SES. Foi instituído pela Portaria 868/2023 com o objetivo de criar metas e ações específicas para esse público.