O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e o Banco Mundial promoveram nesta quarta-feira (30) o Workshop “Segurança Viária”. O encontro, realizado no auditório da autarquia, reuniu especialistas e serviu para apresentar o resultado dos estudos do consultor internacional Soames Job sobre a segurança viária do Rio Grande do Sul.
Soames Job apresentou o estudo financiado pelo Banco Mundial e doado ao Estado que visa à redução do número de mortes e feridos nas estradas. Para realizá-lo, o especialista esteve no Rio Grande do Sul em novembro de 2012 e agosto de 2013. “É preciso preparar o ambiente ao invés de esperar que as pessoas se comportem perfeitamente, já que o ser humano comete erros. O que temos de fazer é evitar que eles resultem em mortes”.
Relatório sobre Segurança Viária no Rio Grande do Sul O especialista ressaltou que, no Estado, o custo direto para manter uma vida é de R$ 1.652.420. Por ano, se economizaria mais de R$ 4,3 milhões em mortes com ações preventivas. “E nem estamos falando em custos indiretos, como os danos para os familiares. Esse número também não considera as pessoas feridas”, afirmou o consultor.
O relatório concluiu a necessidade de criar um órgão, com membros de diversas instituições, que tenha responsabilidade e competência para gerenciar e liderar as atividades de segurança rodoviária no Estado. O documento também recomenda intensificar a fiscalização da velocidade por meio de câmeras e radares. “Também é preciso fortalecer a abordagem em relação à utilização do cinto de segurança e das cadeirinhas de criança”, diz Soames. O relatório está disponibilizado no website do Daer, na Seção Normas e Publicações/Outras.
Daer O diretor-geral do Daer, Carlos Eduardo Vieira, destacou que a autarquia trabalha sobre quatro pilares essenciais para preservar a segurança: malha rodoviária conservada, fiscalização, sinalização e educação. Segundo ele, para diminuir os índices de acidentes, é fundamental o apoio de órgãos como o Banco Mundial, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), o Departamento Nacional de Trânsito (Detran), a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e as Polícias Rodoviárias Federal e Estadual.
Para o presidente da EGR, Luiz Carlos Bertotto, é necessário uma mudança cultural. “As infrações não podem ser consideradas normais. As pessoas passam em um sinal vermelho por acharem que não serão punidas. Esse comportamento precisa ser revisto”.
Diretor de gestão e projetos do Daer, Miguel Molina apresentou a estrutura do órgão, que passa por um processo de reestruturação apoiado pelo Banco Mundial. “Precisaríamos criar uma gerência de segurança viária, composta por profissionais de diversos setores, no Departamento”, afirmou. Molina destacou ainda que é importante identificar os pontos onde ocorrem os acidentes com a ajuda de aparelhos como o GPS.
Também palestrou o especialista do Banco Mundial Grégoire Gauthier. Para ele, é preciso existir uma gestão de segurança rodoviária, que resultaria em rodovias e veículos mais seguros. “Por ano, morrem no trânsito 1,5 milhão em todo o mundo, o que se equipara a população de Porto Alegre”, afirma.
Texto: Liana Ramos Edição: Redação Secom (51) 3210-4305
FONTE: GOVERNO RS