A Receita Estadual divulgou a 31ª edição do Boletim sobre os impactos da Covid-19 nas movimentações econômicas dos contribuintes de ICMS do Rio Grande do Sul. A publicação, que já está disponível no Receita Dados (portal de transparência), aponta desempenho positivo nos principais indicadores econômico-fiscais do Estado ao longo de janeiro, como, por exemplo, nas vendas da Indústria, Atacado e Varejo.
A Indústria apresentou o oitavo mês consecutivo de variações positivas, com +19,2% em janeiro frente ao mesmo mês do ano anterior. Dentre os 19 setores industriais analisados, apenas um não apresentou variação positiva, enquanto dois ficaram estáveis. Um dos destaques positivos ocorreu no segmento de Veículos (+13,3%), enquanto o setor de Bebidas obteve a pior variação mensal interanual desde maio de 2020, apresentando uma queda de -4,2%. Atualmente, o setor lida com queda de demanda – grande parte por ocasião da diminuição de eventos em virtude da pandemia – e aumento no valor dos custos de matéria-prima. Com isso, no acumulado da crise (16 de março de 2020 a 31 de janeiro de 2021), a atividade industrial agora acumula ganhos de +5,5% na comparação com o período equivalente anterior.
O Atacado apresentou variação mensal em janeiro na ordem de +10,1% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, após ter apresentado queda de -7,7% em novembro e aumento de +10,5% em dezembro. As principais influências positivas para a performance do indicador foram os desempenhos dos setores atacadistas de Metalurgia (+84,3%), Material de Construção (+53%), Insumos Agropecuários (+16,8%) e Alimentos (+6,7%) – os dois últimos setores em decorrência do aumento nas operações com inseticidas, trigo, arroz e subprodutos de soja. Por outro lado, os setores atacadistas de Combustíveis (-5,8%) e Bebidas (-9,5%) apresentaram variação negativa, indicando menor volume de operações em 2021 em comparação com o mesmo período de 2020. No acumulado desde o início da pandemia, a atividade registra ganho de +2,1%.
A atividade Varejista, por sua vez, registrou indicador interanual na ordem de +2,6% no mês de janeiro. É o sexto mês consecutivo sem apresentar variação negativa para a atividade. Os setores com maior contribuição para o resultado positivo foram Supermercados (+10,9%), Materiais de Construção (+19,8%), Medicamentos (+9,3%) e Móveis (+31,2%). É valido ressaltar que os valores do boletim são corrigidos pelo índice geral do IPCA – contudo, conforme o IBGE, a variação de preços nos últimos meses tem sido maior que isso para alguns setores, como Alimentação e Bebidas e Artigos de residência, o que pode influenciar na variação positiva detectada para setores relacionados. Os varejistas de Eletroeletrônicos mantiveram níveis estáveis (+1%), enquanto o varejo de Veículos, Combustíveis e Vestuário registraram queda (respectivamente de -7,5%, -7,3% e -14,8%). Agora, a atividade varejista acumula queda de -2,3% entre 16 de março de 2020 e 31 de janeiro de 2021.
Emissão de Notas Eletrônicas
A emissão de Notas Eletrônicas (Nota Fiscal Eletrônica + Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica) registrou variação positiva pelo oitavo mês consecutivo frente a períodos equivalentes do ano anterior. O resultado em janeiro de 2021 foi de 12%. O pior resultado do indicador ocorreu em abril de 2020 (-16,7%) e o melhor foi apurado em dezembro de 2020 (+14,6%). No acumulado do período da crise (16/3 a 31/1), o indicador agora acumula ganho de 2,4%.
Arrecadação de ICMS
A arrecadação de ICMS indicou o sexto mês consecutivo de variações positivas. Em janeiro de 2021, o resultado de R$ 3,62 bilhões foi 3,8% (R$ 132 milhões) superior a janeiro de 2020. Na visão dos últimos 12 meses, a arrecadação total é de R$ 37,59 bilhões – uma queda de R$ 1,1 bilhão frente aos 12 meses imediatamente anteriores (-2,9%).
Na visão da arrecadação por setores, conforme os Grupos Especializados Setoriais da Receita Estadual, oito segmentos apresentaram variação positiva no indicador em janeiro de 2021. Os melhores resultados percentuais ocorreram nos setores de Transportes (+83,8%), Metalmecânico (+62%) e Polímeros (+48,9%). As maiores quedas foram verificadas nos ramos de Comunicações (-17,5%), Combustíveis e Lubrificantes (-17,5%) e Bebidas (-3,7%).
Novidades no boletim
A edição 31 do Boletim passa a apontar, no item sobre desempenho por setor industrial, a participação de cada segmento no total da indústria gaúcha. Além disso, o item que analisa as vendas de varejo por Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) agora conta com o indicador do peso de cada região no total de operações do varejo acobertadas por Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica.
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Texto: Ascom Sefaz
Edição: Secom