O número de ocorrências por apreensão de drogas na faixa de fronteira brasileira do Mato Grosso do Sul aumentou substancialmente no primeiro quadrimestre de 2016, se comparado ao mesmo período do ano passado. Os dados divulgados pelo Departamento de Operação de Fronteira indicam que houve um aumento de 150% na apreensão de maconha e de 140% na de cocaína.
Segundo o Departamento, em 2015 foram retiradas de circulação mais de 7 toneladas e meia de maconha. Entretanto, já nos primeiros meses de 2016, este número subiu para pouco mais de 19 toneladas. Com relação à cocaína, em 2015 foram apreendidos 121 quilos. Como comparação, só nos primeiros 4 meses deste ano já foram 295 quilos, mais que o dobro de todo o ano passado.
Estas intervenções foram realizadas em 44 Municípios que fazem fronteira com a Bolívia e o Paraguai, em mais de 1500 quilômetros. Das 141 prisões em flagrante que o DOF realizou, 80% foram de pessoas que transportavam pequenas quantidades de entorpecentes, a maioria delas em ônibus.
A Confederação Nacional de Municípios realizou em 2013 a primeira pesquisa para mapear a realidade dos Municípios localizados na fronteira brasileira, e os resultados não foram animadores. Foram detectadas insuficiências na estrutura de atendimento aos dependentes químicos, tanto na área da saúde quanto na assistência social.
A questão da segurança pública foi citada como um ponto extremamente delicado. Concluiu-se que existia, à época, uma falha notável na presença de estruturas e equipamentos para a fiscalização nestas regiões, bem como a deficiência de policiamento. Este fato apontou diretamente para o alto índice de violência nestas fronteiras.
A falta de financiamento de políticas públicas por parte da União e dos estados também foi mencionada, apresentando o abandono total destes Municípios fragilizados pelo alto índice de tráfico de drogas. Das 588 cidades situadas em região de fronteira, 330 foram pesquisadas. A pesquisa será retomada em breve e novas informações serão divulgadas pela CNM.
Fonte: CNM