A entrega nesta terça-feira, dia 17, em Bagé, de um veículo equipado com kit de inseminação artificial, de outros cinco segunda-feira, e de mais oito nesta quarta, dia 18, em Lavras do Sul, Santana da Boa Vista e Pedro Osório, vai marcar o início da fase experimental do programa Dissemina, coordenado pela Secretaria da Agricultura e executado pela Fepagro.
Em roteiro pela Região da Campanha, primeira a receber o programa, o secretário estadual da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, disse que políticas como essa vão além dos governos. De médio a longo prazo – em média três anos e meio depois da inseminação -, aumentam a renda e qualidade da produção de setores da agropecuária que mais precisam, como assentados e pecuaristas familiares.
Com foco nas bacias leiteiras, Mainardi estima, nos próximos anos, a duplicação da produção de leite no Estado, passando dos atuais 10 milhões para 20 milhões de litros por dia. “Além da quantidade, queremos ter um produto de alta qualidade. Duplicando a produção, teremos também de aumentar o consumo interno, que hoje está em 4 milhões de litros por dia. O restante poderá ser vendido a outras regiões e até mesmo outros países”.
A maior responsabilidade, segundo ele, fica nas mãos dos municípios a partir de agora. Têm a missão de ir à campo e conhecer a realidade dos produtores. “O nosso trabalho, talvez o mais fácil, já foi feito, que era conseguir os recursos. Agora, com os profissionais treinados, os municípios têm a tarefa mais difícil, de identificar a situação de suas bacias, como a carência dos produtores”.
Em Bagé, Mainardi cedeu outro veículo, além do programa, à Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico, para utilização no fortalecimento da cadeia leiteira, em parceria com a Associação Bajeense dos Leiteiros (Abaleite). Naquela época, a produção de era de 13 mil litros por dia na região e hoje está em 150 mil litros/dia.
Uma das principais metas, segundo o secretário, é reestruturar a Central Riograndense de Cria, sucateada havia tempos, e criar, na unidade da Fepagro em Hulha Negra, o Centro de Biotécnicas Reprodutivas. Por meio dele, serão produzidos o sêmen com qualidade genética para dar sustentação aos milhares de produtores cadastrados no Dissemina.
O prefeito de Bagé, Dudu Colombo, disse que a iniciativa dialoga exatamente com o processo de desenvolvimento econômico posto em prática no município há mais de uma década. “A integração entre as esferas municipal, estadual e federal demonstra a sintonia na construção de políticas públicas que desenvolvem, cada vez mais, a região, o Estado e o país”.
Parceria da Secretaria da Agricultura, por meio da Fepagro, com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e prefeituras, o Dissemina tem investimento inicial de R$ 1,4 milhão, entre recursos do Estado e da União. A Seapa adquiriu 90 mil doses de sêmen, ao custo de R$ 600 mil. Elas serão repassadas, gratuitamente, aos 30 municípios participantes da primeira etapa.
Treinados pela entidade de pesquisa, a Fepagro, os técnicos municipais vão ser os responsáveis pelo trabalho junto às pequenas propriedades rurais e assentamentos produtores de leite e carne. Quanto à qualidade genética dos rebanhos, a Fepagro fará o acompanhamento e o monitoramento. Às prefeituras também caberá o cadastramento, tabulação de dados, além da própria inseminação dos animais.
Noutra parceria, agora com o Ministério da Agricultura (Mapa), foram garantidos mais R$ 2,4 milhões, em que serão beneficiados mais 50 municípios. Além disso, para a terceira fase do programa, mais R$ 3 milhões serão investidos em outros 66 municípios. Os recursos são oriundos de emendas ao orçamento da União, apresentadas pelo deputado Paulo Pimenta.
Até 2014, pelo menos 212 já contarão com o Dissemina, prevendo distribuição de 280 mil doses de sêmen.
Fonte: Governo do RS